A falta de libido, como popularmente é conhecido, é um tipo de transtorno que recebe o nome de DSH, Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo. Comum tanto em mulheres quanto em homens, essa disfunção sexual não é considerada uma patologia pela medicina, mas tem como principal característica a ausência de desejo sexual.
Carmita Abdo, na obra “Estudo da Vida Sexual do Brasileiro”, separou o nível de inibição de libido de acordo com a faixa etária, sendo:
- 2,4% em homens entre 18 e 25 anos
- 1,5% em homens entre 26 e 40 anos
- 1,8% em homens entre 41 e 50 anos
- 2,2% em homens entre 51 e 60 anos
- 4,8% em homens com mais de 60 anos
Mesmo tendo baixa incidência em homens por idade, a queda de libido pode afetar cerca de 20% dos homens durante a vida. A afirmação é de Marco Scanavino, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do ProSex (Projeto Sexualidade) da USP, em entrevista para a GQ Magazine.
Com alta ou baixa porcentagem, a verdade é que esse é um tabu que precisa ser quebrado, para que os homens busquem a ajuda necessária o quanto antes, sem vergonha e sem medo.
Para que isso aconteça, é importante entender o que é, de fato, essa falta de libido, quais as causas e tratamentos mais eficazes. Vamos lá?
A falta de libido masculina é a diminuição ou ausência do desejo sexual do homem, podendo ter causas físicas ou psicológicas.
De um modo geral, está diretamente relacionada à testosterona, hormônio masculino que tem papel fundamental no desenvolvimento de tecidos sexuais masculinos e outras características físicas, tendo seu pico natural na adolescência.
Segundo a endocrinologista Ruth Clapauch, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, para o portal Minha Vida, é comum a redução do nível de testosterona com a idade, cerca de 1% a partir dos 40 anos. Lembrando que os níveis considerados naturais variam entre 300 e 900 nanogramas por decilitro de sangue (ng/dl).
Mesmo com a redução prevista, há alguns casos em que ela é excessiva, causando diversas consequências que afetam a vida sexual do homem — e da mulher de alguma forma —, como disfunção erétil e falta de libido.
Além da testosterona, há uma série de outros fatores, não apenas hormonais, que estão diretamente relacionados à falta de libido, que podem interferir na saúde sexual do homem. São eles:
Assim como a maioria dos outros problemas sexuais masculinos, o psicológico tem grande influência sobre eles, na maioria dos casos. Os principais são:
- Estresse: o vilão do século pode deixar o homem esgotado demais para ter desejo sexual e, quando crônico, pode diminuir a taxa de testosterona.
- Ansiedade: transtornos de ansiedade, TOC e síndrome do pânico, por exemplo, fazem com que a condição psicológica não permita que o homem tenha desejos sexuais.
• Depressão: a depressão afeta diretamente no desejo da pessoa de viver, em muitos casos, diminui apetite e a força para fazer atividades banais. Por isso, não é diferente na hora do sexo.
Outro fator que afeta e muito a saúde sexual do homem são os excessos de produtos químicos, como:
- Drogas e álcool: podem liberar hormônios que causam a queda de libido e alteram o fluxo sanguíneo, desencadeando outros problemas como ejaculação precoce e disfunção erétil.
- Medicamentos: alguns medicamentos afetam os receptores de serotonina, o hormônio do prazer, alterando os níveis de desejo sexual.
Além da testosterona, há outros dois fatores hormonais que afetam o apetite sexual masculino:
- Obesidade e diabetes: algumas alterações ocasionadas pela obesidade, como aumento do colesterol ou no caso de diabetes, resultam na queda da testosterona.
- HPB: a Hiperplasia Prostática Benigna, que atinge cerca de 25% dos homens entre 40 e 49 anos, nada mais é do que o crescimento excessivo da próstata que comprime o canal da uretra, também resultam na falta de libido.
Como você viu, são muitas as causas que podem gerar a falta de libido, resultando, assim, em muitas soluções para cada uma delas. Levando isso em conta, é preciso ter em mente que o tratamento varia de acordo com cada situação, dependendo muito de cada fator responsável pela queda do apetite sexual.
Se o problema é queda de testosterona, o ideal é procurar um endocrinologista? Não necessariamente. Nem sempre a queda de desejo sexual está relacionada a apenas um fator, muito menos especificamente hormonal.
Por isso, é fundamental procurar um médico urologista ou uma clínica especializada em saúde sexual masculina, para que você faça o diagnóstico correto, descubra efetivamente qual é a causa e consiga ser tratado da melhor maneira possível.
Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Acompanhe o blog da Upmen e fique de olho sobre tudo que envolve saúde sexual masculina.